Afirma Bach que essa essência é:
Para aqueles que não conseguem evitar que pensamentos, ideias ou argumentos indesejados penetrem em sua mente. Essa circunstância costuma ocorrer quando o interesse pelo presente não é suficientemente forte para manter a mente ocupada. Os pensamentos que preocupam podem permanecer ou ser descartados por um momento, mas sempre retornam. Parecem dar voltas e mais voltas, causando um tormento mental. A presença desses pensamentos desagradáveis rouba a paz e interfere na capacidade de concentrar-se apenas no trabalho ou no prazer cotidiano.
É eficaz em períodos ou momentos pontuais nos quais a mente não para de produzir barulho. No entanto, sua ação é lenta em quadros mais intensos que foram construídos pela pessoa e por seu contexto, por exemplo, no perfil obsessivo; entre todos os males da mente, nos pede paciência, tempo e perícia, tanto de nós, terapeutas, quanto do cliente.
O sofrimento obsessivo
O sofrimento obsessivo acarreta lentidão para perceber, pensar e analisar, funções inibidas pela angústia, a qual se desloca para o pensamento e se fixa em uma ideia específica (a ideia fixa); esta invade a mente do sujeito como um disco arranhado, dificultando a atenção e a percepção. Nesses casos, sua combinação com Crab Apple é um bom recurso, especialmente quando o sujeito sente que algo em particular não sai de sua cabeça, deseja se ver livre disso e imagina que a solução seria uma espécie de varredura, lavagem ou limpeza mental, atribuindo um sentido de sujeira à sua constante preocupação.
Lembremos, nós, terapeutas florais integrativos, que a obsessão não é lixo, mas dor. Caso contrário, cairíamos em interpretações como “limpar a mente”, “limpeza mental”, “lixo psíquico”… Expressões que não são compassivas nem clinicamente eficazes, pois não são certas.
Lixo mental?
O sofrimento que se instala na mente jamais poderá ser varrido, empacotado e enterrado em algum cemitério privado de resíduos. Nunca vi White Chestnut ou Crab Apple “varrerem” algo da mente de alguém. O que ocorre é que a mente se aquieta, permitindo que venha à tona algum sentimento que estava encoberto por tanta atividade mental. Geralmente, trata-se de sentimentos de solidão, tristeza e medo – e é com isso que trabalharemos.
Portanto, se falarmos em “lixo mental” e simplesmente indicarmos essas essências para varrê-lo, deixaremos de tratar o que realmente importa: o medo da solidão.
Vamos às causas, à base do iceberg – White Chestnut é apenas a ponta.
Susana Veilati é psicanalista e terapeuta Gestalt. Criadora do método Terapia Floral Integrativa (TFI), que traz para o universo floral conceitos freudianos e junguianos, e enfoques cognitivo, humanista, sistêmico e transpessoal, dentre outros. Autora que está sendo agora traduzida para o português.