Larch é um indicador de trauma no paciente, um trauma que resulta na experiência diária de uma ansiedade básica, um sentimento de estar sozinho, indefeso e desamparado em um mundo onde a hostilidade impregna tudo. Larch, lembremos, está no desolador grupo 6 de Bach, o grupo da desesperança, junto a outro especialista no tratamento do trauma: Star of Bethlehem.
O sentimento de impotência característico de Larch será o foco do tratamento, pois suas consequências autodestrutivas são muito significativas. Sua origem remonta aos primeiros anos de vida. Dia após dia, de forma repetida e prolongada, foi olhado e julgado de maneira negativa por seus primeiros cuidadores ou educadores. Acabou incorporando (introjetando) esse olhar negativo e, como consequência, passou a se enxergar como foi visto. Agora, antecipa que receberá a mesma desvalorização que aplica a si mesmo. Não se diferencia. Não distingue a avaliação do outro daquela que faz de si próprio, identificando o próximo consigo mesmo. Realiza o que se chama de uma “identificação especular”, um reflexo no espelho, mas também um tipo de miragem.
O trabalho terapêutico com o ferido Larch leva tempo, pois a ferida é profunda; é uma tarefa de anos e recomenda-se acompanhá-lo com Star of Bethlehem. É puro trauma.
Susana Veilati é psicanalista e terapeuta Gestalt. Criadora do método Terapia Floral Integrativa (TFI), que traz para o universo floral conceitos freudianos e junguianos, e enfoques cognitivo, humanista, sistêmico e transpessoal, dentre outros. Autora que está sendo agora traduzida para o português.
Uma resposta
Maravilhosa essa abordagem e a recomendação de acompanhar por um longo tempo. Gratidão